segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Filme recomendado

A Cor Púrpura (The Color Purple - 1985)

Considero esse um dos filmes mais lindos que já assisti. Baseado no romance de Alice Walker, conta a sofrida vida de Celie, fantasticamente interpretada por Whoopi Goldberg, cuja trajetória é marcada por violência sexual, discriminação, solidão e superação. Destaque também para Danny GloverOprah Winfrey, esta última numa grande atuação antes de se tornar a maior apresentadora de Talk Shows do mundo. Para mais detalhes clique aqui.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Perfil do professor universitário brasileiro

A coluna "UOL Educação" publicou um artigo interessante a respeito dos resultados do Censo da Educação Superior de 2009 e, com base nestes dados, mostrou o perfil dos professores que atuam na rede pública e privada de ensino superior. O texto completo pode ser visto aqui.
O que me chama atenção, porém sem nenhuma surpresa, são os dados comparativos referentes à titulação e regime de dedicação dos professores. Enquanto na rede pública 75% dos professores são doutores ou mestres e 79% trabalham em tempo integral, na rede privada apenas 55,4% tem doutorado ou mestrado (mestrado, na maioria) e apenas 21,6% trabalham em tempo integral.

Eu trabalhei na rede privada de ensino superior durante 6 anos e sei das dificuldades encontradas por professores para conseguirem uma progressão na profissão. Primeiramente, a maioria dos professores tem outro emprego e as aulas acabam sendo um complemento. Daí a famosa pergunta dos alunos: "Professor, o senhor trabalha também ou só dá aula?". Regime de dedicação integral é quase uma utopia.
Não é nada fácil ser um professor de instituição particular. Você nunca sabe se terá emprego no próximo semestre, só ganha pelas horas em sala de aula (e trabalha o dobro preparando aulas e corrigindo provas), ministra várias e diferentes disciplinas e, o pior, muitas vezes é obrigado a esconder sua titulação para não ser demitido na época do "facão". Mesmo assim, é um guerreiro e tenta dar qualidade às suas aulas, muitas vezes menosprezadas pelos alunos. Eu me sinto privilegiado com os alunos que tive, mas não vou negar que alguns demonstravam um comportamento mais próximo de um cliente do que de um estudante. Mas enfim, gosto mais de lembrar dos bons alunos, os batalhadores em busca de crescimento pessoal e profissional.
Fiz meu mestrado nesse período e realmente era uma correria sem fim. O pior foi defender a dissertação e esperar um ano para pedir progressão funcional porque a instituição na qual eu trabalhava estava passando a guilhotina nos mestres e doutores. "Mestre? Eu? Imagina...". Foi triste, porém necessário. É a lei da selva...
Agora que atuo numa instituição pública, posso vivenciar o que sempre soube: mais tempo para preparação e estudo do que de sala de aula. Parece uma equação estranha, mas é o ideal se desejamos educação de qualidade. O trabalho intelectual de um professor reflete muito em suas práticas. Agora, mesmo em pleno doutorado, eu me sinto menos cansado do que na época do mestrado (ainda bem, hehehe), pois tenho tempo para estudar, já que não preciso levar trabalho para casa e percebo uma significativa melhora na qualidade das minhas aulas.
O que quero enfatizar é que os resultados de uma pesquisa como esta apenas retratam uma dura realidade do ensino superior. Entretanto, a qualidade do ensino depende de muitos outros fatores, ou seja, existem professores, por exemplo, que não sabem aproveitar o tempo que tem, enquanto outros se desdobram e "tiram leite da pedra" para provarem que a verdadeira educação vai muito além das estatísticas...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Li e recomendo

As Confissões de Nat Turner (William Styron)


Desde que eu nasci eu via este livro na estante da minha mãe, mas só agora me deu vontade de lê-lo. Ela o ganhou de uma de suas turmas de datilografia, nos tempos em que era professora no SENAC, em Corumbá. É impressionante como certas relíquias ficam ao nosso alcance por tanto tempo sem que ao menos percebamos o seu valor. Acabo de ler esta obra e faço questão de indicá-la.
"As Confissões de Nat Turner" é um daqueles livros essenciais para quem gosta de obras que envolvam o homem, suas crenças e a influência do meio na construção de suas convicções.
Ganhador do Prêmio Pulitzer de 1968, o livro é baseado numa revolta de escravos negros ocorrida no estado da Virgínia, Estados Unidos, no verão de 1831. Trata-se de um dos eventos mais sangrentos da história americana. A partir dos registros das confissões do líder desse levante, o pastor negro Nat Turner, William Styron retrata toda a atmosfera da época, recriando a história deste escravo que um dia decidiu que era necessário eliminar todos os brancos da Terra. O autor foi acusado de racismo por esta obra mas, polêmicas à parte, eu recomendo.
É uma história triste, confesso, mas ao mesmo tempo fascinante justamente por nos permitir refletir sobre como nossas convicções não são eternas e como o meio em que vivemos e a vida que levamos as influenciam. Pelo menos foi isso que extraí desta "relíquia de família". 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Vídeo: Paulo Freire e Seymour Papert (nov/1995)

Registro de um diálogo entre essas duas lendas da educação, ocorrido na PUC-SP em 1995. Vale a pena acompanhar esse interessante embate de idéias.
Parte 1:

Parte 2:

Parte 3:

Parte 4:

Parte 5:

Parte 6:

Parte 7:

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Meu amor pelo Roxette

Em abril deste ano realizarei um dos maiores sonhos da minha vida: assistir a um show da dupla sueca Roxette, no Rio de Janeiro. Ainda não tenho sequer a ideia de como reagirei diante dos meus ídolos pop de adolescência. Só tenho certeza de que me permitirei qualquer comportamento (e não importa o mico que isso possa representar).
Todos da minha geração (a turma que já entrou na casa dos 30, principalmente) já ouviram pelo menos uma música do Roxette. E não adianta disfarçar!!! A maioria acha que Roxette é o nome da vocalista Marie e que ela e o Per são casados (erros perdoáveis, desde que NUNCA se fale mal deles na minha ilustre presença, rs).
Minha paixão enlouquecida começou oficialmente em 1992, quando uma amiga me deu uma fita K7 com várias músicas do grupo. Pirei! Enlouqueci! Surtei! Enfim, fiquei possuído!
Mas o mundo de 1992 era muito difícil de se viver: sem internet, torrents, mp3, Google, youtube etc., a busca por fotos, músicas e informações era como garimpar ouro na lua...Deixar uma fita "virgem" preparada no gravador era ESSENCIAL para pegar músicas nas rádios. Mesmo que viessem com o locutor falando as horas bem no momento do refrão (paciência...).
Em Corumbá existia uma lojinha chamada "Cuca Legal" e eles gravavam fitas por encomenda. Foi uma das minhas salvações... Além disso, e felizmente, o Roxette estava bombando e pude comprar algumas fitas originais. CD era coisa de rico...
Olha só as minhas relíquias:

Viver do outro lado do Rio Paraguai também era um complicador para qualquer fã. Pra se ter uma idéia, Corumbá não sabe o que é MTV até hoje. Enfim, lendo uma daquelas revistinhas do João Bidu eu vi um anúncio de um Fã Clube localizado em São Paulo e que mandava materiais pelos Correio's. Mandei uma carta (e-mail? O que é isso?) e, quando chegou a resposta, quase tive um treco...Passei a ser o sócio n. 09 do "Fã Clube Roxette Fredriksson Gessle". Yes!!! Realização total!!!
Durante anos eu recebi informativos (feitos artesanalmente e reproduzidos em xerox mesmo) com informações, novidades e curiosidades. Que vida feliz! Guardo até hoje todos os fanzines em pastas (aquelas que as meninas usavam para colecionar papéis de carta). Me correspondi com vários outros fãs do Brasil (também guardo todas as cartas com muito carinho). Alguns deles eu encontrei anos depois no orkut (salve o século XXI).
Em 1995 o Roxette passou pelo Brasil com a turnê "Crash!Boom!Bang!" com shows no Rio e Sampa. Minha mãe não me deixou ir. Imaginem o drama adolescente: Vida acabada! Nada mais tinha sentido! Minha mãe me odiava!!! Que bosta de vida!!! E para piorar, um amigo me manda uma foto do show...Hahahaha...E nem grana pra terapia eu tinha...#fail
Depois que vim para Campo Grande parei de me corresponder com a galera. Veio a internet, a independência financeira e aí pude comprar cds, dvds, etc. Mas sempre ficou aquele vazio do show que nunca vi...
Enfim, em 2011, com um pequeno atraso de 16 anos, poderei vê-los de perto, cantar todas as músicas, me sentir um adolescente crescido e saber que na vida, todos os sonhos se concretizam. Alguns apenas demoram um pouco mais...
Para quem ainda acha que nunca ouviu, Roxette, lá vai:


E aqui vai o meu clipe preferido:

Leio sempre e recomendo

Todos os meus amigos sabem que eu adoro assistir séries de TV. Aos poucos irei postando sobre cada uma das séries que atualmente acompanho ou que já acompanhei (Lost, Heroes e The Tudors, por exemplo, me colocaram em luto eterno, rs). Por isso, ganhei de aniversário (acho que no ano passado, não me recordo ao certo) um almanaque fantástico sobre o assunto: Almanaque dos Seriados.
Ele traz informações sobre as mais famosas séries mundiais e as divide em décadas. Algumas descrições são muito resumidas, mas vale a leitura, principalmente por algumas curiosidades.
Este não é daqueles livros feitos para serem devorados de uma só vez. O gostoso é ir lendo aos poucos, aleatoriamente (pelo menos é o que faço).
Fica a dica então.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Vídeo: Mudando Paradigmas na Educação

O vídeo abaixo traz uma animação produzida  a partir de uma palestra realizada na RSA (Royal Society for the encouragement of Arts, Manufactures and Commerce), onde dois renomados especialistas na área de Educação discutem o papel da escola no mundo atual. Vale a pena conferir:


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Li e recomendo

Ponto de Impacto (Dan Brown)

Sinopse: Quando um novo satélite da NASA encontra um estranho objeto escondido nas profundezas do Ártico, a agência espacial aproveita a descoberta para contornar uma série crise econômica e de credibilidade, gerando sérias implicações para a política espacial norte-americana e, sobretudo, para a iminente eleição presidencial.
Com o objetivo de verificar a autenticidade da descoberta, a Casa Branca envia a analista de Inteligência Rachel Sexton para o local. Acompanhada por uma equipe de especialistas, incluindo o carismático pesquisador Michael Tolland, Rachel se depara com indícios de uma fraude científica que ameaça abalar o planeta com uma profunda revelação.
Antes que Rachel possa falar com o presidente dos Estados Unidos, ela e Michael são perseguidos por assassinos profissionais controlados por uma pessoa que é capaz de tudo para encobrir a verdade. Em uma fuga desesperada para salvar suas vidas, a única chance de sobrevivência para Rachel e Michael é desvendar a identidade de quem se esconde por trás de uma conspiração sem precedentes.

Memórias do CEFAM

Hoje me peguei lembrando dos tempos do CEFAM (Centro de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério), uma das escolhas mais acertadas e felizes da minha vida. Foram quatro anos estudando loucamente em período integral (quatro aulas de manhã, cinco à tarde), numa intensa preparação para o exercício da docência. Entramos adolescentes e saímos professores cheios de ideais e sonhos. Me lembro que tinha que me levantar às 5h da matina, pegar dois ônibus, atravessando a cidade até a escola. Almoçava na casa da minha tia Bel, que felizmente também foi minha professora de História e Geografia.
A minha prática docente tem suas bases fortemente ligadas a este período e lamento muito que os cursos de Magistério tenham sido extintos.
Nessa foto aparece parte da turma, já no último ano:


E aqui já na formatura, realizada em 13/12/1997:



Numa época sem internet e celular, estudar era realmente um desafio constante na busca por fontes. Minha turma também mantinha um jornalzinho (Informativo Garfield), feito artesanalmente e reproduzido para toda a escola. Éramos conhecidos como "Os Poderosos", o que despertava até ciúme nas outras turmas. Fico imaginando como teriam sido estes anos se tivéssemos acesso a todos os recursos midiáticos atuais (google, youtube, twitter, blogs, etc).

Os festivais de teatro mobilizavam todas as turmas. Era uma guerra saudável na busca pelo troféu mais cobiçado: melhor peça. Ganhamos no 2o ano com a peça "Bailei da Curva". Durante os quatro anos que participei, fui o melhor ator em três edições (ainda tenho os troféus, hahaha). Mas minha carreira artística parou por aí mesmo...rs... Em 1997 chegamos a participar do festival sulmatogrossense de teatro, em Aquidauna, com a montagem da peça "Um dia no Rancho Alegre". "Espia" a turma:

Em 2012 completamos 15 anos de formados. Espero que consigamos fazer um encontro em Corumbá, como fizemos em 2007, na ocasião dos 10 anos. Alguns não seguiram a carreira docente, mas certamente nunca se esquecerão de que são, essencialmente, professores.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Vídeo: Pedagogia da Autonomia (Paulo Freire)

Em 2010 tive o prazer de cursar no meu doutorado uma disciplina muito especial chamada "A Pedagogia de Paulo Freire", com o grande professor Cristiano Di Giorgi. Na minha opinião, a obra de Freire é a essência da verdadeira Educação e suas ideias, muitas delas expostas há quase 50 anos, são tão atuais que merecem ser propagadas e, principalmente, praticadas. O vídeo abaixo, que resume o livro "Pedagogia da Autonomia", traz essa essência, mas não se encerra em si. Como o próprio vídeo relata, a educação, para Freire, "exige a consciência do inacabamento". 

Primeiro Post

Pra começar minha incursão no mundo dos blogs, deixo um trecho do poema "Mundo Pequeno", presente em "O Livro das Ignorãças", de Manoel de Barros:

Toda vez que encontro uma parede
ela me entrega às suas lesmas.
Não sei se isso é uma repetição de mim ou das
lesmas.
Não sei se isso é uma repetição das paredes ou
de mim.
Estarei incluído nas lesmas ou nas paredes?
Parece que lesma só é uma divulgação de mim.
Penso que dentro de minha casca
não tem um bicho:
Tem um silêncio feroz.
Estico a timidez da minha lesma até gozar na pedra.