terça-feira, 29 de novembro de 2011

Não à meritocracia nas escolas

Interessante a reportagem da UOL (leia aqui) sobre a premiação dos melhores colocados no Saresp 2011 (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo). Aqui no Mato Grosso do Sul o governo começou a implementar esse método de premiação dos "melhores" alunos com notebooks, com direito à cerimônias e discursos na mídia local.
Sou totalmente contra o uso da meritocracia nas escolas como instrumento de "estímulo" ao estudo. Na minha opinião, isso só estimula a competição, o individualismo, a não-colaboração e a frustração dos milhares de alunos que nunca receberão um "prêmio", pois nunca serão os "melhores". Passa-se a estudar pelo prêmio e não pelos benefícios da aprendizagem constituída.
O que é ser o melhor aluno? Resume-se às notas finais? E o processo, conta? E o aluno que tinha extrema dificuldade de aprendizagem e, com muito esforço e dedicação, melhorou seu rendimento, merece algum "prêmio"? Algum dia será reconhecido por aquilo que luta?
Alguns afirmam que as crianças precisam ser preparadas para o que irão enfrentar no futuro mundo do trabalho. Pois que enfrentem os problemas lá! A escola não é uma mini-empresa, onde todos devem sofrer os assédios e discriminações que enfrentarão lá fora. A escola é um espaço de construção sócio-histórica, é o lugar onde o indivíduo se compreende como um ser social e deve ser preparado sim, mas para a vida social. E essa vida não se resume ao mundo do trabalho. 

Leia também esse ótimo texto: "Meritocracia: Críticas e dificuldades"

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